Sou um ramo de flores mortas
que tiveram seu auge
ainda na infância.
Bebo muita água.
Bebo, porque só assim
reabasteço meu estoque de lágrimas.
Deixei você nadar em meus olhos.
E quando percebi que aceitaria o tsunami, deixei que mergulhasse em minha alma.
Sua alma tornou minha profundidade leve.
A azia de meu estômago se foi.
A única queimação que sinto
é o fogo que transborda de sua alma
e completa o tornado da minha.
Sentia-me vazia.
Uma fossa abria-se em meu estômago.
Ingeri sementes.
Vomitei girassóis.
Sentia flores estomacais tão fortes
que precisei correr até o jardim
e colher dezenas de pétalas.
Depois as ingeri.
Só assim pude ter controle do que sentia.